Olha bem para esta foto aí. Você diria que alguém poderia ir a lugar bonito como este com o único de definido propósito de sofrer? É isso mesmo, SOFRER, passar perrengue? Você diria isso? Não? Pois é porque você certamente nunca conheceu um “DOWNHILLZEIRO”.
Chama-se de “DOWNHILLZEIRO”, âqueles sujeitos que têm a péssima mania de se divertir pulando de um precipício com uma onça gorda e pesada entre as pernas e sem nenhum paraquedas nas costas e, acredite, eles vão para este lugar bacana pá cacete só para passar perrengue.
Eu vou explicar melhor.
Dia desses – um sábado – saí bem cedinho de casa para andar de bike. Queria fazer um passeio bem longo, bem demorado, para tentar me livrar dos vizinhos mal educados e abusados do andar de baixo, que pensam ter o direito de obrigar todo mundo a ouvir, em altos berros, suas músicas nojentas. Nada de mais… apenas mais um típica falta de educação e respeito, coisa tão comum entre nosso povo, né? Eu iria, como sempre, até o distrito de Mont Serrat, um passeio clássico para quem só pode andar no asfalto aqui na região, e que tem locais muito agradáveis para se pedalar.
Saí bem cedo, o tempo meio estranho, com um pouco de neblina. Fui fazendo o caminho bem devagar, passeando, e desta vez, levei a maquininha fotográfica junto para fazer umas fotos de algumas fazendas de café da região, localizadas na RJ-151. Porém, já na descida para Mont Serrat, várias caminhonetes carregando “ONÇAS” na caçamba iam passando por mim. Fiquei imaginando para onde poderiam estar indo âqueles “DOWNHILLZEIROS” desalmados e sem amor materno. Sim, porque para fazer downhill, o sujeito tem de ser mesmo muito doido, né? Ainda mais que a chuva – forte – andou ficando pela região, transformando as “pirambeiras” que eles descem em verdadeiros “vales de lama e morte” (kkkkkk… exagero…).
Ao chegar em Mont Serrat, acabei descobrindo tudo à cerca das misteriosas caminhonetes com “ONÇAS” que passaram por mim: haveria uma prova de downhill pela Federação Mineira de Mountain Bike no HOTEL FAZENDA SANTA HELENA. “Mas que droga!” – disse pra mim mesmo. Se soubesse disso antes, teria feito tudo diferente. Teria vindo de carro; e teria arranjado uma máquina mais “profiça”. Além disso, teria colocado uma calça comprida – para não “dar de comer” aos mosquitos assassinos da região – e calçado uma bota com tração 4×4, pois a lama deveria mesmo estar uma beleza no percurso da pista. No entanto, lá estava eu, um velho boçal, de bermudinha de ciclsimo do tipo “ME CHUPA” e – como não uso mais sapatilhas, calçado com um tênis absurdamente errado para andar no mato: um NIKE de futsal! Este tênis me agrada muito no pedal de plataforma, mas para “escalar” uma pista de downhill… depois de várias noites de chuva… algo me dizia que não ia rolar.
Porém… eu já estava lá mesmo, né?… e, se não tinha uma máquina DSLR mais “profiça”, ao menos eu tinha uma máquina fotográfica, o que, sob vários aspectos, já é bem melhor do que não ter máquina nenhuma à mão.
Entrei no belo hotel fazenda. Num post sobre Mont Serrat que postei logo no início do blog, fiz algumas belas fotos da estrada de acesso do Hotel Fazenda Santa Helena e, certa vez, sem máquina à mão, estivera lá dentro me informando sobre o preço das diárias, pois prentendia fazer umas fotos das belas paisagens que se tem de dentro dele.
Fui direto para a área onde se concentravam os competidores, a organização, o som e o pequeno “shopping” de equipamentos e acessórios para o esporte. Tudo muito informal e muito lindo! Um belo campão gramado com várias barracas, carros, bikes, gente… muito legal!
Mas ainda era muito cedo. Como saí pelas 5 da manhã de casa, cheguei antes das 9 no hotel e poucos competidores já haviam chegado, enquanto os que estavam hospedados ainda dormian ou começavam o café da manhã. Assim, resolvi dar uma volta para tentar fotografar o hotel junto com a Pedra de Paraibuna, que fica bem ao fundo. Pena foi que o céu não estava totalmente azul nesse momento.
Nesse meio tempo, minha roupa super nada a ver e meu tênis totalmente imbecil para andar no barranco enlameado começaram a mostrar seus defeitos. Sem falar nos mosquitos, que pareciam mais com ultraleves chupadores de sangue, que já podiam muito bem ter me levado quase uns 3 litros de sangue de ótima qualidade – e bem vermelho – e que iam me fazer falta na volta pra casa, que é só subida. Uma droga! Uma grande droga! E ainda faltava um tempão para prova começar! Desisti de tentar chegar até alguns pontos legais do fim do percurso, pois não conseguia ficar em pé devido a lama escorregadia.
Voltei para concentração, onde agora uma pá de competidores já faziam suas incrições. Os comerciantes de peças, bikes e acessórios já terminavam de montar suas barracas e já se podia ver algumas “ONÇAS” espalhadas pelo chão.
Mas para mim estava bastante difícil continuar esperando que as provas começassem. Cheio de barro, todo mordido de mosquito, suando à róla e já sentindo a fome negra catucando a pança velha, pensei em dar uma corrida até a padaria do João – que não sou eu, é o João da padaria – e comer alguma coisinha pra sustentar a carcaça até que os malucos começassem a “pular lá de cima”. Quando fui até a bike – a “abóbora” – qual não foi meu desagrado ao perceber que, além de não poder vir para fotografar uma competição de downhill de maneira mais inadequada em termos de roupa, eu ainda havia enfiado o pneu dianteiro em uma ponta do arame farpado de uma das cercas da fazenda, quando tentava fazer a bike ficar “firmemente estacionada”. Um belo imbecil! Ficou bem firme mesmo… firmemente espetada na ponta do arame, seu jegue velho!
Depois desta demosntração de inteligência e esperteza não foi difícil tomar a decisão de “vazar”. Até para o meu próprio bem, pois do jeito que estava colecionando atos idiotas, era capaz de ir parar num hospital ainda naquele dia se continuasse por ali.
Fiz mais umas fotos…
O pior era que o pessoal já começava a subir para o início da pista, mas eu não tinha mesmo condições de fazer mais fotos. Só não me culpo mais porque não sabia mesmo que rolava a competição nesse dia. Se soubesse, teria feito diferente e terminado a cobertura do evento de forma decente, mostrando a galera arrepiando nas belas descidas do sempre bonito e difícil circuito do Hotel Fazenda Santa Helena. Uma pena…
No mais, espero que tenha servido pelo menos para animar quem ainda não foi nessa etapa de downhill a, na próxima edição, comparecer, para competir ou só para olhar, pois vale a pena. O lugar é bonito, o hotel é bacana e a pista é boa. Quem mora por perto… vale o confere.
Ainda fiz uma foto saideira…
Aqui uma foto da estrada que vai para o Hotel Fazenda…
Fui empurrando a bike com o pneu dianteiro furado até a padaria do João – que não sou eu – e lá, com uma bela água com gás bem gelada, comendo bananada e sentado na sombra, troquei minha câmara de ar enquanto em coçava feito um cachorro sarnento. Mas o pior tinha sido não ter cosneguido ficar para fotografar a prova. A pista é clássica e deve ter sido bem legal. Uma pena…
Espero que pelo menos sirva para dar um gás em quem mora perto e gosta de downhill. O hotel fica bem próximo da BR-040 e além da bela pista, tem um visual chocante e uma comidinha show de bola! Vale a pena!
Para Vigo me voy!